#TheGame23 - Enter the Infinite Rabbit Hole





What is #TheGame23?

"It is what it isn't though that isn't what it is and like I've always said I think that it's exactly what you think it is. If you believe it is whatever someone else told you it is then you're doing it all wrong because you're the only one who could possibly know what it is." - zed satelite nccDD 23 ksc


Project 00AG9603 - #TheGame23 mod 42.5 level 5

"00AG9603 develops as a self-organizing organism, connects with the virtual environment through its hosts (admins) by arranging the surroundings randomly for its own autonomous purpose" - Timóteo Pinto, pataphysician post-thinker





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sábado, setembro 01, 2007

Aaní

faça caos, não faça guerra

O quê?

Aaní é uma palavra de origem Tupi, que significa “Não, Nada”. É equivalente à palavra grega Χάος (Caos), de mesmo significado. O conceito de Caos foi corrompido pelo tempo e pela ignorância, pelo moralismo e pela resposta que a “Realidade Consensual” deu a movimentos como o Anarquismo de Bakunin, transformando este conceito em sinônimo de “desordem”. Hoje, sabe-se através da Ciência Quântica que o Caos não é desordem, baderna ou arruaça, mas refere-se à impreditabilidade do espaço vazio primordial. Caos, Aaní, não pode ser definido, pois fazê-lo seria negá-lo. Entretanto, o mais próximo que podemos chegar de sua equivalência abstrata é considerá-lo como sendo a vastidão interminável de possibilidades que permeia o Cosmos. Nós estamos, inegavelmente, dentro desta “qualquer coisa em potencial” e ela está dentro de nós.

O objetivo desse Movimento, Projeto, Aglomeração, Reduto, Façanha, Acepção Ruim, ou qualquer outra palavra que possa definir essa coisa que achamos por bem nomear Aaní é justamente explorar, difundir, criar, destruir e re-criar estes conceitos e aplicá-los nas áreas das Artes Plásticas, Literatura, Música, Jornalismo, Tecnologia da Informação, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Mitologia, Expressão Religiosa e outros campos que possam surgir no meio do caminho.

Para quê?

Para quê Alexandre, O Grande, saiu globalizando a Macedônia, o Oriente Médio e o Mundo de sua época? Para quê as Feministas se organizaram no final do século passado visando direitos iguais aos dos homens? Para quê Aleister Crowley revolucionou a cena ocultista da Inglaterra e do resto do Ocidente no início do século XX? Para quê derrubaram a Ditadura? Para quê tiraram o Collor? Para quê puseram o Lula? Para quê vão tirar o Lula? Para quê foram criados o Rock n’ Roll, o movimento Punk e o Hip Hop? Para quê o Dadaísmo, os Beats, a Generation Jones, os Kings Mob, os Góticos, neo-Góticos, Clubbers, Cybers, Caoístas, Discordianistas, Grungers, Head-bangers, Backpackers (hitchhickers, mochileiros), Body Modificators (tatuagem, piercing, cirurgia cosmética, implantes), Freegans, Vegans, Greens, Wiccanos, Seiðmaðr e Völva (Asatrüar, Seiðr, neo-Paganismo Nórdico), New Agers, Geeks, Freaks, Ravers, Graffiti, Pachucos, Nerds, Otherkins (Vampiros, Lobisomens e antropomorfos), Thelemitas, Ateístas e todas as outras subculturas? Pra quê? Responda a estas perguntas e esta será a resposta de “Para quê um movimento como o Aaní?”

Por que?

Porque o ser humano muda. E se esta mudança demora a sair naturalmente, ela pode ser provocada. Muitas pessoas reclamam da violência, do descaso com o meio ambiente, da falta de liberdade, da libertinagem alheia, da corrupção do governo, da apatia da arte contemporânea, da falta de oportunidade, da elitização econômica do conhecimento e da informação, e não conseguem nem podem fazer nada sozinhos. Porque a Política, a Moral, a Ética, a escala de Liberdade, a Justiça, a Crença, a Aceitação ou Rejeição de idéias e ideais de um povo, são todas determinadas pela sua Cultura Dominante. É impossível, ou pelo menos muito difícil, conseguir que estes resultados (Política, Crença, etc.) de processos culturais sintetizados sejam alterados, sem antes alterar base estrutural destes processos, ou seja: A Cultura. É ela que determina e regula o comportamento, o vestuário, a expressão artística, a religião, as leis, a forma de governo, a produção e transmissão (ou bloqueio) da informação, o que pode e o que não pode. À medida que estas Culturas Dominantes, com o tempo, passam a aceitar melhor as cenas de nudez no cinema; a linguagem explícita em público; permitir que mulheres votem, dirijam e trabalhem; que os homossexuais troquem carícias em público; que uma menina de quinze anos espalhe que é bruxa sem ser queimada; que pessoas se tatuem, coloquem piercings e silicone na testa; que homens se maquiem; que top models engravidem de jogadores de futebol, ou de um rock star, para fatiar sua fortuna e serem convidadas a apresentar programas de TV; E outros tabús vão sendo quebrados, os movimentos de contracultura, originados por subculturas, vão sendo absorvidos por essas Culturas Dominantes, permitindo que novas subculturas surjam para substituir suas precursoras. Até que, um dia, estas subculturas (agora parte da Cultura Dominante) se tornem obsoletas e sejam alteradas pelo mesmo processo que recomeça. O Aaní existe porque sabe que, e quer que, cedo ou tarde, estas subculturas se hibridizem e se permitam trocar informações, expandir sua atuação e aceitação, para que novas subculturas apareçam.

Como?

Através dos memes. Meme é um termo, cunhado em 1976 por Richard Dawkins no seu bestseller “O Gene Egoísta”, que é para a memória o análogo do gene na genética: a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica (é transmitida) de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada, e outros locais de armazenamento ou cérebros. O meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode, de alguma forma, auto-propagar-se. Podem ser idéias ou partes de idéias, línguas, gírias, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autônoma. O que determina a sua auto-propagação é a facilidade com que é absorvido e propagado, bem como sua habilidade de transmutar.

Exemplos claros de memes são Celulares, Mp3 Players, I-Pods, I-Phones, Tamagoshis (Lembra? Rs), Grampeadores, Slogans Publicitários, Refrões de música ruim (que não saem da cabeça), ou Jingles de Comercial (Dolly, Dolly Guaraná, Dolly), Mulher com pouca roupa em comercial de cerveja, “56, meu nome é Enéas” e “Lula-lá”, “Deus é Grande” e “Jesus é Fiel”, “Vuco-vuco”, “Merry Meet, Merry Part and Merry Meet Again”, “Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei”, “Nada é Verdadeiro, Tudo é Permitido”, Piadas, Provérbios e Aforismos, Metáforas, Fórmulas para decorar a tabela periódica e equações físicas em Cursinhos Pré-vestibulares, marcas e estilos de roupas, Paródias, Trocadilhos, Frases de duplo sentido, Colocar A Primeira Letra de Cada Palavra em Maiúscula para Denotar Importância, TRAVAR O CAPS LOCK PARA GRITAR COM LETRAS, spam, lixo eletrônico, forward de Power Point, Livros, imã de geladeira, canções de ninar, et cetera. Fenômenos como o Orkut, My space, Yahoo Grupos, Skype, Wikis, Subculturas, Religiões, Teorias Políticas, Lan Houses e Danceterias são chamados memeplexos (conjuntos, complexos de memes). O conceito do Memeplexo é semelhante ao do Paradigma, forjado por Thomas Kuhn e colocado em prática por Peter Carroll. A singular diferença entre Paradigma e Memeplexo é que, enquanto o primeiro pode ser criado por um indivíduo sem nunca ser transmitido, o segundo carece da transmissão.

O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética. Esses modelos evolutivos sofrem variações, em que uma idéia ou meme muda conforme é transferido de uma pessoa para outra. Poucos memes mostram uma forte Inércia Memética (que seria a característica do meme de ser expressado do mesmo jeito, e de ter o mesmo impacto, independentemente de quem esteja recebendo ou transmitindo a idéia, e permanecer na memória de seu propagador). A variação memética cresce quando o meme é transmitido de uma maneira descuidada com a expressão da idéia, enquanto a inércia memética é fortalecida quando a forma de expressão rima ou usa outros dispositivos mnemônicos para preservar a memória do meme antes de sua transmissão.

Uma mnemônica é um auxiliar de memória. São, tipicamente, verbais, e utilizados para memorizar listas ou fórmulas, e baseiam-se em formas simples de memorizar maiores construções, baseados no princípio de que a mente humana tem mais facilidade de memorizar dados quando estes são associados a informação pessoal, espacial ou de caráter relativamente importante, do que dados organizados de forma não sugestiva (para o indivíduo) ou sem significado aparente. Porém, estas seqüências têm que fazer algum sentido, ou serão igualmente difíceis de memorizar (por exemplo, usar os ossos dos punhos cerrados para lembrar qual mês contém 30 ou 31 dias – ossos são 31, vãos entre eles são 30). Produzir e controlar a forma de um meme, sua propagação e interação com outros memes e memeplexos é produzir níveis de alteração da realidade e, com certas limitações, controlá-la.

Quem?

Estão convidados a participar e se auto-intitular Aanidi (tupi com plural em latim, para evitar o trocadilho com Aanitas e “Presença de Anita” – se bem que, informando o motivo, já fodeu tudo), Aanidum no singular, todos aqueles que integram subculturas, ou nenhuma delas, mas rejeitam a Cultura Dominante.

São eles: Caoístas (chaotes, caos magistas, rabanetes, zees etc.); Cybers; Artistas incompreendidos; Atores alternativos; Jornalistas sem hobby; Bandas não comerciais; DJs; GLS; Afrocentristas; Feministas; Dadaístas; Beatniks; neo-Góticos; neo-Hippies; Neuromantes; Psiconautas; Discordianistas; Body Modificators (tatuados e tatuadores, piercers e piercingados, cirurgia cosmética, implantes); Vegans; Wiccanos; neo-Pagãos em geral; New Agers; Geeks; Freaks; Ravers; Graffiteiros; Nerds; Otherkins (Demônios, Vampiros, Lobisomens e antropomorfos); Thelemitas; Zos Kia Cultistas; Ateístas; Agnósticos; Henoteístas; Suiteístas; Magos independentes; Spammers; Cegos, Surdos e Mudos; Publicitários Falidos (exceto Marcos Valério e Duda Mendonça); Macumbeiros; Ciganos; Índios; Brancos; Não-tão-brancos; Negros; Pardos; MSC (Movimento sem Cor); Roxos sem quota em faculdade; Tantristas; Cabal… não, cabalistas não; Proletariados; Místicos não-ortodoxos; Hindús; Pragmatas; Straight Edges; neo-Punks; BDSM (Bondage/Disciplina, Dominação/Submissão, Sado/Masoquismo) Green pacifistas; Nudistas; Urbanóides; Portadores de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Bichos-estranhos; et cetera, et cetera, et cetera. Se você não está supracitado, mas se considera minoria, significa que você é mais minoria ainda, e que isso é muito bom.

Toda crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças são igualmente idiotas. Se você não enxerga isso, significa que é preconceituoso. Ou Cabalista. Deixa pra lá esse negócio de Cabalista. A questão é que as diferenças podem (e deveriam) ser respeitadas, toleradas e, inclusive, louvadas. Além disso, se você se deixa ofender por uma crítica à sua crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças, significa que essa crítica de tamanho ridículo é maior que você. Identificação é necessária, sim, mas um baixíssimo nível de identificação é o suficiente para criar uma convivência caótico-pacífica-interessante. Nenhuma crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças são melhores do que outras. Quando isso for percebido por 1/3 da população mundial, teremos 1/3 dos Deuses na Terra.

Aaní (des)Org

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