#TheGame23 - Enter the Infinite Rabbit Hole





What is #TheGame23?

"It is what it isn't though that isn't what it is and like I've always said I think that it's exactly what you think it is. If you believe it is whatever someone else told you it is then you're doing it all wrong because you're the only one who could possibly know what it is." - zed satelite nccDD 23 ksc


Project 00AG9603 - #TheGame23 mod 42.5 level 5

"00AG9603 develops as a self-organizing organism, connects with the virtual environment through its hosts (admins) by arranging the surroundings randomly for its own autonomous purpose" - Timóteo Pinto, pataphysician post-thinker





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00AG9603 Dataplex
Aaní – Memetized Chaos
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Discordian Babel – a collection of different interpretations on Discordianism
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The Omniquery Initiative – How To Save The Universe – an incomplete tutorial
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Cosmic Liminality - The Space Between
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quinta-feira, outubro 18, 2018

Recordações do Mundo Onírico



Antes de iniciar, vamos aos dados técnicos desinteressantes, que julgo necessários por algum motivo (talvez seja pela minha leve afeição por tais coisas, quem sabe; nem mesmo eu sei):

•50~60mg de butilbrometo de escopolamina;
•Alguma dosagem misteriosa de inibidores moderados de monoamina oxidase, passiflora incarnata;
•75mg de venlafaxina, o terceiro antidepressivo do ano;
•900mg de carbonato de lítio, tomados por puro impulso e que ainda estão me dando efeitos colaterais heheh;
•75mg de cloridrato de tramadol, mais 325mg ou algo do tipo de paracetamol (dores infernais!)
•30mg de mirtazapina.





Era uma segunda-feira sem ocupações e preocupações, chuvosa e vagabunda. Após tomar toda uma sequência enorme de comprimidos, comprimidos orodispersíveis e drágeas adocicadas que eram totalmente nojentas, o sono atingiu-me de maneira certeira e eficaz. Não tardei em cair nos braços de Morfeu para ser arrastada para uma das minhas experiências oníricas mais vívidas e detalhadas que já tive oportunidade de ter na vida.

Os sonhos -ou melhor, o sonho- vieram bruscamente após a sequência de alucinações auditivas que costumo ter antes de atravessar as portas da inconsciência, pegando-me de surpresa e derrubando minha pessoa em um mundo completamente surreal, mas que, na ocasião, parecia perfeitamente normal e cotidiano como ir ao banheiro quando se está com vontade de mijar. Sim, era exatamente isso.
Vi-me em um banheiro escuro, um banheiro público. As portas dos boxes eram ridiculamente curtas e de vidro jateado; a única luz que iluminava aquele local vinha de fora por meio de compridas janelas de vidro martelado. O brilho azul semi-noturno do exterior permitia-me enxergar o local com certa clareza. À minha frente havia uma pia de mármore e um espelho, nonde vi meu reflexo que, apesar de ser exatamente como sou, passava-me uma sensação suja.
Saí do banheiro através de uma porta que não estava tão distante de mim. Ela era preta e de aparência mais luxuosa do que a do banheiro escuro. Passando de um local a outro, vi-me em uma espécie de praça de alimentação de um grande shopping. Todos os estabelecimentos estavam vazios como se estivessem fechados, mas não estavam. Os letreiros estavam acesos e sua luz refletia nas mesas redondas e negras do local, todas desocupadas. Continuei a andar pelo local, procurando saber onde diabos eu estava. Passando pelos corredores que ali havia, curvilíneos e que estreitavam-se e alargavam-se de forma aleatória, enquanto olhava os letreiros de estabelecimentos abertos, porém vazios, ouvi uma voz soar distante e, por algum motivo, decidi segui-la sem pensar duas vezes, pois era o primeiro sinal de vida que recebia naquela misteriosa praça de alimentação.
Após alguns passos, encontrei em uma das lojas um rapaz, um funcionário de um café tristonho e roxo. Sem demoras, perguntou se eu aceitaria um café. "Estou há tanto tempo aqui!" afirmou, oferecendo a mim um copo de isopor com a bebida. Falei a ele que não tinha como pagar, portanto não aceitaria; porém, o mesmo disse que era um presente, um mimo, diga-se assim. Peguei o copo e me despedi, continuando em minha caminhada e sorvendo o líquido, que era incrivelmente bom.
Encontrei em uma das mesas um amigo meu, sozinho. Estava ali, comendo algo como fast food, e somente a cadeira dele encontrava-se em volta do móvel negro. Como era alguém conhecido, decidi puxar uma cadeira ao lado para conversar e não tive muito sucesso. Levei um susto, dos grandes. A cadeira que escolhera havia se transformado no momento em que a toquei, mantendo sua estrutura, mas com características um tanto quanto exóticas. A desgraçada tinha forma de uma garota de anime, daquelas de olhos grandes e de seios com tamanho exagerado, sendo que os mesmos serviam de encosto. Ridículo e assustador.
Assim que larguei o objeto, percebi que o cenário havia mudado drasticamente. Estava novamente saindo de um banheiro, mas dessa vez encontrando uma parte do shopping que era viva, lotada de gente de feições asiáticas e muitos, muitos estrangeiros. Olhei para o ambiente com atenção e percebi que as lojas, propagandas e tudo o que havia ali estava em coreano. "Meu deus", pensei. Eu estava na Coreia do Sul, num shopping cheio de gente e que tinha vários andares. Senti-me perdida.
Meti-me em meio da multidão que falava misturas de coreano e inglês, a atmosfera era sufocante e, para ajudar a tornar as coisas ainda mais bizarras, percebi que minhas roupas estavam muito diferentes, mesmo não sabendo o que eu estava a vestir alguns momentos antes. Estava inteiramente de preto, roupas com um tom social ridículo, parecendo uma militar norte-coreana com toques de escuridão. Fiquei com vontade de rir e apelidei aquela desgraça de roupa desconfortável de "Juche Gótico", um nome tão absurdo quanto a própria mudança repentina de roupas.
Continuei andando em meio ao mundaréu de gente, procurando o que fazer naquela situação, até que uma mulher desconhecida puxou-me delicadamente pela mão:
-Ei, estão procurando por você na exposição!- Disse ela, juntando as sobrancelhas numa expressão um tanto quanto dura. Que exposição era aquela? Quem estaria me procurando? Não tive tempo de perguntar. A desconhecida apenas fez com que eu seguisse ela, parecia algo importante.
Chegamos enfim a um extremo do shopping, onde numa sala ampla e cheia de painéis brilhava uma luz leve e confortável. Havia desenhos de moda estampados por todos os locais, tão bem quanto retratos de belas modelos europeias, coreanas e cazaques. Logo percebi que se tratava de algum evento organizado por essas agências e marcas famosíssimas e eu era parte dele. Eu era por algum motivo uma das modelos, não sabia como. Ridículo demais.
Procurando entender o absurdo, comecei a andar por entre os painéis, observando os retratos e desenhos em tamanho gigante. Mexendo nos bolsos da roupa (que acabara de descobrir!), achei meu celular. Um alívio, pois assim pude saber que horas eram e que dia era. Era 21 de janeiro, umas sete da noite.
Assim que guardei o aparelho no bolso, comecei a ouvir alguém brigando. A voz era feminina, rouquenha e meio nojenta. Falava um coreano ridículo que de alguma forma consegui entender, afinal os sonhos nos dão tais possibilidades. Interessada por uma boa e velha intriga como sou, decidi ver o que sucedia. Estiquei o pescoço discretamente por entre um painel e outro e vi uma cena inaceitável. Ali, em frente de um retrato, uma mulher com pinta de americana burguesa, de meia-idade e cabelos louros artificiais, humilhava uma senhora que aparentava ser encarregada da limpeza sem razão alguma. Se há uma coisa que não tolero, é esse tipo de coisa, logo, vendo aquele absurdo, decidi me meter na briga de uma maneira que faria aquela mulher se arrepender de fazer algo daquela natureza. Tirei meu celular do bolso, abri a câmera e propositalmente liguei o flash. Fingiria estar filmando a mulher.
Dei um pulo por entre os painéis, surpreendendo a figura ridícula de cabelos artificiais. A encarregada saiu rapidamente e fiquei frente a frente com a mulher que vestia alta costura. Começou a esbravejar e seus olhos brilhavam de maneira estranha com a luz do flash. Gritava que eu não poderia me meter nos assuntos dela, e que pagaria. Tudo estava indo como o esperado, até o momento que, sabe-se lá de onde, a mulher sacou uma faca e eu, com agilidade, desviei da mulher e comecei a correr.
Saí daquela estranha galeria e continuei correndo, esbarrando com as pessoas que transitavam pelos corredores iluminados daquele shopping desconhecido. Já aparentava ter despistado a violenta figura loura, mas mesmo assim permaneci em minha fuga, pois não tinha consciência de que tudo era um sonho e morrer esfaqueada não era uma opção.
Não sei por quanto tempo corri e parei apenas quando percebi que estava em um local muito diferente dos corredores limpos de antes, apesar de ainda estar dentro daquele shopping coreano. Encontrava-me agora em frente a um elevador de portas de aço, num canto onde os tijolos das paredes eram visíveis e tubulações metálicas se espalhavam por todos os cantos. Estando um tanto quanto confusa, decidi chamar o tal do elevador, procurando como sair daquele shopping que parecia não ter saída e que aparentava estender-se pela eternidade, como uma entidade quadridimensional. A caixa de metal chegou pouco tempo depois de eu chamá-la, e ali dentro havia uma garota. Ela tinha cabelos negros e longos, usava um vestido verde e tinha um olhar preocupado. Assim que entrei, ela levantou os olhos e perguntou firmemente se havia alguma saída. Aquela era uma pergunta que eu não sabia responder, obviamente, mas disse que estava procurando. "Não sei há quanto tempo estou aqui" dizia ela, referindo-se ao elevador e também ao local onde o mesmo se encontrava. O cansaço em sua fisionomia era visível e a barra de seu vestido encontrava-se um tanto quanto desgastada e suja, evidenciando o tempo em que estava naquele local. Saindo de meus devaneios, apertei um dos botões sem marcações do elevador. Ele subiu.
Assim que a porta se abriu, eu e a garota desconhecida nos vimos em um terraço. Seus olhos brilharam. Aparentemente o elevador não levara ela para lugar algum e ao ver um cenário diferente, animou-se. Saímos do cubículo metálico e andamos até encontrar um mercado. Sim, um mercado. Era pequeno, mas era um mercado. No terraço de um shopping. Entramos naquele pequeno estabelecimento e encontramos alguns rapazes alemães, que estavam comprando bebidas alcoólicas de todos os tipos. Convidaram-nos para beber com eles e, sinceramente, por que não? O eu dos sonhos não liga muito para conhecer as pessoas, aparentemente.
Sentamo-nos em umas escadarias que apareceram sabe-se lá de onde e começamos a beber. Aqueles alemães que me perdoassem, mas as compras deles foram de extremo mal gosto! Eram destilados baratos, aqueles com gosto e cheiro de produtos de limpeza. Horrível. A garota de verde arriscou um gole, que a fez arrepender-se de tomar o líquido transparente. Decidimos voltar ao elevador após alguns momentos, afinal procurar a saída era uma prioridade. Despedimo-nos dos alemães e retornamos, apertei um botão aleatório e o elevador desceu rapidamente. Primeiro, parou em lugar nenhum e na segunda tentativa também; apenas na terceira vez paramos em algum lugar que poderia dar certa esperança: um estacionamento, o estacionamento do shopping.
Logo que saímos do elevador, o ambiente modificou-se subitamente e estávamos numa sala, onde ainda era possível ver o estacionamento através de tijolos de vidro. Tudo ali era de plástico e estruturas um tanto estranhas decoravam o lugar: era como estar num conjunto de brinquedos do Max Steel. Não havia porta de saída daquela sala, mas não demorou muito até que sair se tornasse possível. Como uma bala, um enorme homem com macacão de mecânico atravessou a parede e caindo do lado oposto da sala, sujo pelos escombros e desacordado. O buraco que deixara na parede era enorme, e ali vimos uma saída, a entrada do estacionamento.
Assim que passei pelo buraco aberto na parede, a garota de verde desapareceu como poeira ao vento. Como tudo e todos sumiam naquela realidade, preferi seguir meu caminho antes que eu mesma fosse vítima dessa estranha regra. Andando rapidamente cheguei às cancelas do estacionamento, mas não pude passar. Naquele exato momento, muitas motos começaram a passar por ambos os lados -de saída e entrada de veículos- e todas eram azuis, levando consigo a logo da Ultragaz. Os condutores todos vestiam azul e seus capacetes eram de mesma cor. Assim que terminaram de passar, sumiram como a garota de cabelos negros e de nome desconhecido. Assisti a cena toda atônita e não tardei em passar por onde antes as motos estiveram, velozes e barulhentas.
Quando saí, dei-me conta que já não estava mais na Coreia do Sul e não era de noite. Estava em Curitiba e, o que antes era a entrada de veículos do shopping, era a entrada de um mercado e já não vestia mais as roupas desconfortáveis de antes, vestia minhas roupas usuais e minha velha jaqueta de couro artificial descascado e caindo aos pedaços, minha favorita, que tive que botar fora há alguns meses. O céu estava nublado e a atmosfera era triste e, quando olhei para o lado para ver que caminho tomar, acordei em minha cama, coberta de suor e totalmente confusa. Não conseguia me mover e as memórias do sonho retornavam simultaneamente e se amontoavam, o que trazia um sentimento de desespero. Não conseguia entender no momento que aquilo era apenas um sonho, eu delirava. Acreditava ter reaparecido em um local totalmente diferente que parecia ser meu quarto, mas não era. Naquele momento pensei que ficaria por toda a eternidade presa naquele mundo paralelo. Tudo ecoava em minha mente de maneira perturbadora e uma frase dita de maneira rígida repetia-se incansavelmente dentro do meu ser. "Você está morta, morta", diziam as vozes misturadas e que pareciam ser uma amostra grátis do inferno. E isso pareceu durar horas.
Apenas consegui ter consciência de que tudo era um sonho quando realmente acordei. A paralisia, o shopping, a roupa ridícula, a galeria com modelos cazaques, era tudo um sonho. Assim como acordei no meu sonho, estava igualmente coberta de suor, mas naquele momento eu realmente me encontrava no mundo real, apesar de sentir que tudo fosse falso. Finalmente eu estava livre e não estava morta, como as vozes diziam no fim definitivo daquele terror onírico vívido.

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