Vocês devem me conhecer mais pelo meu serviço de adoração a grande senhora do caos, Eris. Mas é verdade que também já prestei serviço a outras divindades do panteão grego, entre esses, o deus Hermes.
Certa vez, estava eu servindo Hermes em busca de sabedoria divina. Isso antes de eu conhecer os misterios erisianos.
Mas era constantemente interrompido por baratas, insetos repugnantes que insistiam em tentar subir em mim.
Além dos insetos, costumava ouvir uma voz que parecia ser de alguém jovem dizer pra mim: ''Ele não é mais assim''.
Procurava em todos os cantos mas não havia ninguem por perto além dos insetos que insistiam em entrar no templo.
5 dias se passaram, e eu continuava a ouvir a voz, e baratas continuavam a me interromper. Aquilo era absurdo. Mas no quinto dia, por algum motivo, deti meu olhar por alguns segundos na barata que estava prestes a esmagar com as minhas sandalias. Ela movia as suas antenas ao mesmo tempo que eu ouvia a voz de fonte desconhecida dizer ''Ele não é mais assim''.
''É você que esta falando comigo inseto?'' perguntei com voz baixa ao inseto, com medo de ser visto e parecer ridiculo pra alguem que passase por perto.
-Sim sou eu.- respondeu a voz
Fiquei meio sem reação, mas perguntei quem ele era, e a barata respondeu ''Eu sou o deus que você esta cultuando, hermes.''
Como poderia ser? Hermes uma barata? Pedi que o inseto se explicasse.
'' Eu não sou mais como esta estatua. Era Hermes, mensageiro dos deuses, mas hoje sou Gulik, e sou mensageiro da deusa do caos Eris.
Houve um tempo que meu pai, o deus Zeus, notou que a calamidade e a confusão havia tomado conta da humanidade, logo as suspeitas cairam sobre a Eris.
Meu pai ordenou que eu fosse até o mundo mortal e procurasse por Eris, que provavelmente estava disfarcada entre os mortais, e com minha astucia fizesse com que ela retrocedesse em seus planos.
Vaguei entre os mortais e vi homens tomados pela loucura, perdidos em seus mundos próprios. Eu como Hermes achava aquilo lamentavel.
Cheguei em uma humilde cidade, e um senhor chegou até mim e disse ''Eu sei quem é tu! es o filho do grande deus Zeus! Lhe clamo ó astuto! Liberta-nos da opressão da terrivel Eris! Tome este jarro! Eu vi ela entrar ai!''
Logo conclui que era outro pobre mortal vitima da insanidade, para acabar com suas desilusões abri o jarro e observei o seu interior. Antes que pudesse erguer novamente minha cabeca para olhar para o senhor , comecei a cair num abismo que se formara subitamente pelo jarro que de forma surreal aumentara de tamanho e comecava a me engolir.
Enquanto caia, ouvi uma risada feminina histérica, era a Eris!
Aterrisei num lugar exótico, cheio de plantas altas de aparencia estranha. Nos céus via estrelas e planetas numa proximidade surreal.
Veio até mim um homem que aparentava ter seus 40 anos, inexpressivo. De forma monótona ele me disse que o seu ''senhor'' requeriu minha presenca.
Caminhei por mais ou menos 3 minutos ao lado dele, parecia que o espaco havia se transformado a medida que comecamos a caminhar, pois no final da estrada de pedras que estava surgiu um palacio similar aos palacios de atenas. Palacio esse que surgiu repentinamente na linha do horizonte quando comecamos a caminhar.
Ao entrar no palacio vi um senhor com roupas excentricas sentado num trono. Ele se apresentou como lorde ''daedrico'' da loucura, seja lá o que isso significa, e disse se chamar Sheogorath.
Fiquei confuso pois nunca havia ouvido falar de reino com fauna tao estranha e também não conhecia nenhum ''Sheogorath''
Ele disse que era aliado de Eris e que estava ajudando ela com um ''projeto''. Tentei perguntar pra ele que projeto seria esse, mas ele comecou a divagar em coisas desconexas, obsessivamente citando sabores de queijo e seus aromas nas temporadas de frio.
Alias, o que ele mais fazia era isso, e eu como Hermes achei aquilo absolutamente irritante.
Ele me disse então que parte do projeto envolvia minha participação. Perguntei o que consistia essa participação e ele disse que Eris queria que eu me tornasse seu mensageiro pessoal.
Recusei de forma veemente a proposta, só que ele riu e disse que eu não tinha escolha. Tentei persuadir ele a me libertar de seu reino, mas nada que eu dissesse surtia efeito, nunca havia visto criatura com mente tão confusa de se entender. Depois de algum tempo de debate ele começou
a se irar e disse que ou eu aceitava o acordo ou eu ele iria aplicar o poder da ''wabbajack'' contra mim.
Eu continuei a tentar convence-lo mas antes que eu pudesse completar a frase ele erguei um cetro na minha direção, que liberaram faiscas que ao me atingir me transformaram numa barata.
O seu servo me capturou e me soltou em meio a floresta estranha daquele lugar.
Tentei me guiar pela posição das estrelas, mas nenhuma das constelações que conhecia estava no céu.
O tempo naquele lugar corria de forma estranha, noites nem sempre tinham a mesma duração, podendo ser mais longas ou mais curtas do que o dia. Eu não sei quanto tempo fiquei lá, mas depois de um tempo desisti de procurar a saida.
O ar daquele local era estranho, era como se o senhor de roupas excentricas expelisse o ar de suas narinas por todo o local. Vi pessoas parecidas com gatos e outras parecidas com repteis lá, loucuras e insanidade indescritiveis. Comecei a ficar paranoico, sentindo como se toda pedra e planta me observasse.
Meu raciocinio se distorceu e eu me distanciei progressivamente do meu eu antigo.
Depois de muito ou pouco tempo vagueando por aquele reino, o servo do Sheogorath me capturou e me levou novamente ao palacio.
Lá Sheogorath me disse que eu estava pronto pra servir Eris, mas achou melhor me deixar daquele jeito mesmo, o que não me incomodava mais. Desde então tenho servido a deusa Eris com prazer, e ela me ordenou que eu lhe contasse isso pois em breve você também sera um dos seguidores dela.''
Depois de me contar tudo isso ele foi embora, mas decidi não contar essa história a ninguém, até hoje.
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