Anno Caos 2007 (Agenda TP)
Gostariamos de contar com ajuda de todos vocês para elaborarmos juntos uma espécie de "Calendário do Caos", com datas significativas (ou não) para todos os Terroristas Poéticos e Erisianos.
Esse calendário servirá para já termos previamente organizados umas atividades e ir disseminando uma certa "Cultura Erisiana".
As datas servirão para relembrar acontecimentos significantes e impulsionar o TPista a realizar atividades em conjunto, de âmbito até nacionais.
(Individualmente pode-se acrescentar datas de significância regionais e até pessoais, por que não!? Afinal, essa é a agenda do caos!!!)
Sugestões - Agenda TP 2007 / Ano do Javali
JANEIRO
01 - Dia da Confraternização Universal
01 - Deusa Tripla - Europa, Wicca; Deus Janus – Roma
01 - Dia Mundial da Paz
06 - Dia de Reis
07 - Dia do Leitor
07 - Dia da Liberdade de Cultos
08 - Dia da Fotografia
30 - Dia da Saudade
31 - Dia da Solidariedade
31 - Dia Mundial do Mágico
31 - Candlemas
FEVEREIRO
01 - Lughnasadh
06 - Honras a Afrodite, Deusa do Amor
14 - Dia Internacional do Amor (Valentine's day)
16 - Dia de Faunos, Honras a Pãn
17 – Dia de Kali
24 – Shivaratri, Vigília ao Deus Shiva
26 – Festa da Carne
MARÇO
01 - Dia do Turismo Ecológico
02 - Dia do Turismo
08 - Dia Internacional da Mulher
14 - Dia da Poesia
20 – Mabon
21 - Dia Mundial da Infância
21 - Dia Internacional da Floresta
22 - Ostara
23 - Dia da Juventude
27 - Dia Mundial do Teatro
27 - Dia do Circo
27 - Liber Pater- Dia dos Homens
ABRIL
01 - Dia do Humanismo
01 - Dia da mentira
02 - Dia Internacional do Livro Infantil
07 - Dia Mundial da Saúde
13 - Dia dos Jovens 1
13 - Dia Internacional do Beijo
15 - Dia Mundial do desenhista
15 - Dia da Terra
16 - Dia da Voz
18 - Dia do Livro Infantil
18 - Dia do Amigo
19 - Dia do Índio
20 - Dia do Disco
20 – Aniversário de Bartholomeu Simpson
22 - Descobrimento do Brasil (1500)
22 - Dia do Planeta Terra - Gaia
23 - Dia Mundial do Livro
29 - Dia Internacional da Dança
29 – Dia da Árvore
30 - Dia da Mulher
MAIO
01 - Dia Mundial do Trabalho
01 – Sabbat de Beltaine (Hemisfério Norte)
01 - Samhaim
03 - Dia do Sol
05 - Dia da Comunidade
05 - Dia das Comunicações
07 - Dia do Silêncio
08 – Dia do Genki-Dama
08 - Dia do Artista Plástico
09 - Morte de Ulrike Meinhof
17 - Dia Internacional das Telecomunicações
18 - Dia Internacional dos Museus
27 - Dia Mundial dos Meios de Comunicação
28 - Dia do Educador
JUNHO
05 - Dia Mundial do Meio Ambiente
07 - Dia da Liberdade de Imprensa
06 – Dia de Satan
12 - Dia dos Namorados
12 - Dia do Correio Aéreo Nacional
13 - Dia do Turista
19 - Dia do Nacional do Cinema
21 - Dia do Intelectual
21 - Solsticio de Inverno
23 - Noite das Feiticeiras
27 - Dia dos Artistas Líricos
JULHO
05 – Fim do Mundo para a Igreja dos Subgenius
10 - Dia da Pizza em SP
13 - Dia Mundial do Rock
14 - Dia da Liberdade de Pensamento
15 - Dia Internacional do Homem
17 - Dia de Proteção das Florestas
19 - Dia Nacional do Futebol
20 - Dia Internacional da Amizade
20 – Dia do Pulo
25 - Dia do Escritor
31 - Dia do Orgasmo
AGOSTO
01 - Imbolc
11 - Dia do Estudante
12 - Dia Nacional das Artes
14 - Dia do Artista Plástico
15 - Dia dos Solteiros
19 - Dia do Artista de Teatro
20 - Dia do Vizinho
24 - Dia do Artista
SETEMBRO
07 - Dia da Independência (1822)
11 - Dia do Terrorismo Poético
21 - Dia da Árvore
22 - Dia da Banana
22 - Dia do Amante
23 - Equinócio da Primavera
27 - Dia Mundial do Turismo
OUTUBRO
04 - Dia da Natureza
04 - Dia Internacional do Poeta
04 - Dia Mundial dos Animais
05 - Dia Internacional dos Professores
12 – Dia de Aleister Crowley
07 - Dia do Compositor Brasileiro
15 - Dia do Professor
15 – Dia de F. Nietzsche
25 - Dia da Democracia
29 - Dia do Livro
31 - Dia das Bruxas
NOVEMBRO
01 – Dia Internacional da Cannabis
01 - Beltane
02 - Dia dos Mortos
05 - Dia da Cultura
05 - Dia do Cinema Brasileiro
22 - Dia da Música
DEZEMBRO
10 - Dia do Palhaço
16 - Dia do Teatro Amador
22 - Solstício de Verão
25 – Sol Invictus
Ainda sugerimos colocarmos mais umas datas, mas teremos que discutir o dia exato de colocá-las.
São:
-Dia de Éris
-Dia de Von Darsê
-Dia do Ganso
-Dia de Hakim Bey
-Dia Nacional da Discórdia
-Dia da Pornografia
-Dia das Conspirações
Interessados comparecer aqui e/ou aqui
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Tudismocroned Network
#TheGame23 - Enter the Infinite Rabbit Hole
What is #TheGame23?
"It is what it isn't though that isn't what it is and like I've always said I think that it's exactly what you think it is. If you believe it is whatever someone else told you it is then you're doing it all wrong because you're the only one who could possibly know what it is." - zed satelite nccDD 23 ksc
Project 00AG9603 - #TheGame23 mod 42.5 level 5
"00AG9603 develops as a self-organizing organism, connects with the virtual environment through its hosts (admins) by arranging the surroundings randomly for its own autonomous purpose" - Timóteo Pinto, pataphysician post-thinker
00AG9603 Dataplex LinKaonia Network
00AG9603 Dataplex
Aaní – Memetized Chaos
#fnordmaze
Hail Galdrux!
Mermeticism and the Post-Truth Mystic
Discordian Babel – a collection of different interpretations on Discordianism
#QuantumSchizophrenia
Neoism/Anti-Neoism/Post-Neoism/Meta-Neoism/Hyper-Neoism
The Omniquery Initiative – How To Save The Universe – an incomplete tutorial
A Call to Weirdness - Operation D.I.S.T.A.N.C.E.
Cosmic Liminality - The Space Between
00AG9603 Forum
00AG9603 Hyper-Surrealism
KSTXI Dataplex
Know more, Understand less
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“Welcome to the most ancient conspiracy on the planet. We’ve gone for so long now that we don’t remember what we were doing, but we don’t want to stop because we have nothing better to do.” - Fire Elemental
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quarta-feira, dezembro 27, 2006
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Novo filme de David Lynch deixa crítica perplexa
Por Arthur Spiegelman
LOS ANGELES (Reuters) - David Lynch não é um diretor como os outros. Os críticos dizem que seus filmes não fazem sentido, e até o cineasta admite que eles são difíceis.
Mas Lynch contribui para o ar de mistério fazendo esquisitices como levar uma vaca para passear num cruzamento movimentado de Los Angeles ou resolvendo entrar no negócio do café para que seus espectadores tomem do seu café enquanto assistem aos seus longas.
Lynch diz que levou a vaca para passear, numa coleira, porque todo mundo gosta de uma vaca. Quando uma jovem perguntou se podia fazer carinho no animal, recebeu a resposta: "Não, a vaca está trabalhando".
O diretor, autor de filmes como "Veludo Azul" e "Cidade dos Sonhos", está levando vacas para passear, carregando pôsteres da atriz Laura Dern e recebendo admiradores numa loja de doces, tudo para promover seu mais recente projeto, um filme de três horas chamado "Inland Empire", que ele está distribuindo pessoalmente pelos Estados Unidos.
A crítica elogiou a performance de Dern, embora não tenha entendido bem se ela está atuando ou qual personagem ela faz. Há pelo menos três para escolher.
Mas não tem importância. Os críticos não sabem muito bem sobre o que "Inland Empire" trata, mas dizem que ele combina perfeitamente com Lynch, o diretor cult favorito de Hollywood, graças a seus projetos surreais.
A crítica do New York Times escreveu, recentemente: "Há poucos lugares no cinema tão assustadores para se ficar quanto a cabeça de David Lynch".
"Inland Empire" começa contando a história de uma elegante atriz loira numa mansão, que estrela um filme amaldiçoado. Logo ela e o papel se misturam e a trama, que se passa numa área deserta perto de Los Angeles, vai parar nas ruas cheias de neve de Lodz, na Polônia, e depois no meio dos sem-teto do Hollywood Boulevard, onde a atriz se refugia.
Tudo no filme é ameaçador, e, para piorar, há uma família de coelhos vestidos de gente. Sempre que os coelhos falam, surge uma claque. O que aqueles coelhos estão fazendo no filme é um mistério que só Lynch pode -- mas não quer -- revelar.
"Não falo sobre esse tipo de coisa. Há algo nisso que me parece certo, tão certo que me deixa feliz. Embora eles sejam coisas abstratas, eles têm um papel muito importante na história para mim, e é isso.
Lynch quer que os espectadores sintam seus filmes, e não os entendam de uma forma concreta. "Não é uma coisa intelectual. Sou um cineasta intuitivo. Você vai pela intuição, deixa a idéia falar.
fonte: msn
esse post foi um oferecimento da Cabala Discordiana David Lynch
F.W.W.M. (fnord walk with me)
Por Arthur Spiegelman
LOS ANGELES (Reuters) - David Lynch não é um diretor como os outros. Os críticos dizem que seus filmes não fazem sentido, e até o cineasta admite que eles são difíceis.
Mas Lynch contribui para o ar de mistério fazendo esquisitices como levar uma vaca para passear num cruzamento movimentado de Los Angeles ou resolvendo entrar no negócio do café para que seus espectadores tomem do seu café enquanto assistem aos seus longas.
Lynch diz que levou a vaca para passear, numa coleira, porque todo mundo gosta de uma vaca. Quando uma jovem perguntou se podia fazer carinho no animal, recebeu a resposta: "Não, a vaca está trabalhando".
O diretor, autor de filmes como "Veludo Azul" e "Cidade dos Sonhos", está levando vacas para passear, carregando pôsteres da atriz Laura Dern e recebendo admiradores numa loja de doces, tudo para promover seu mais recente projeto, um filme de três horas chamado "Inland Empire", que ele está distribuindo pessoalmente pelos Estados Unidos.
A crítica elogiou a performance de Dern, embora não tenha entendido bem se ela está atuando ou qual personagem ela faz. Há pelo menos três para escolher.
Mas não tem importância. Os críticos não sabem muito bem sobre o que "Inland Empire" trata, mas dizem que ele combina perfeitamente com Lynch, o diretor cult favorito de Hollywood, graças a seus projetos surreais.
A crítica do New York Times escreveu, recentemente: "Há poucos lugares no cinema tão assustadores para se ficar quanto a cabeça de David Lynch".
"Inland Empire" começa contando a história de uma elegante atriz loira numa mansão, que estrela um filme amaldiçoado. Logo ela e o papel se misturam e a trama, que se passa numa área deserta perto de Los Angeles, vai parar nas ruas cheias de neve de Lodz, na Polônia, e depois no meio dos sem-teto do Hollywood Boulevard, onde a atriz se refugia.
Tudo no filme é ameaçador, e, para piorar, há uma família de coelhos vestidos de gente. Sempre que os coelhos falam, surge uma claque. O que aqueles coelhos estão fazendo no filme é um mistério que só Lynch pode -- mas não quer -- revelar.
"Não falo sobre esse tipo de coisa. Há algo nisso que me parece certo, tão certo que me deixa feliz. Embora eles sejam coisas abstratas, eles têm um papel muito importante na história para mim, e é isso.
Lynch quer que os espectadores sintam seus filmes, e não os entendam de uma forma concreta. "Não é uma coisa intelectual. Sou um cineasta intuitivo. Você vai pela intuição, deixa a idéia falar.
fonte: msn
esse post foi um oferecimento da Cabala Discordiana David Lynch
F.W.W.M. (fnord walk with me)
segunda-feira, novembro 13, 2006
Discordia Brasilis - O Recrutamento
Discordia Brasilis - O Livro:
Discordianos do Brasil!
Está iniciado o projeto do livro Discordia Brasilis, um livro discordiano feito em conjunto. Este livro coletivo será o primeiro de muitos. Discordianos, contribuam com o que quiserem: textos, desenhos, fotos, dinheiro, sexo, trabalho escravo, etc...
Seja como for, como quer que seja, não sem antes um churros, entretanto...
Discordia Brasilis - O Zine:
Colocaremos neste zine tudo o que pode ir para o Discordia Brasilis para assim experimentar.
Colaborações (idéias, textos, demais contribuições) através do e-mail discordianismo@gmail.com e na comunidade Sabedoria Insana
Salve Éris!
->:::<-
Discordia Brasilis - O Livro:
Discordianos do Brasil!
Está iniciado o projeto do livro Discordia Brasilis, um livro discordiano feito em conjunto. Este livro coletivo será o primeiro de muitos. Discordianos, contribuam com o que quiserem: textos, desenhos, fotos, dinheiro, sexo, trabalho escravo, etc...
Seja como for, como quer que seja, não sem antes um churros, entretanto...
Discordia Brasilis - O Zine:
Colocaremos neste zine tudo o que pode ir para o Discordia Brasilis para assim experimentar.
Colaborações (idéias, textos, demais contribuições) através do e-mail discordianismo@gmail.com e na comunidade Sabedoria Insana
Salve Éris!
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sábado, novembro 04, 2006
As eleições
Todos sabem sobre a existência e potência do PIPA. Nessas eleições, portanto, não poderiam ser diferentes os resultados de nosso glorioso partido; segundo FernandoR.: "Nós ganhamos no primeiro turno, mas não vamos ser eleitos, porque as pessoas estão muito preocupadas com os Fnords". Segundo Humberto Martins: "Trata-se de uma conspiração nunca antes vista na política nacional, não poderiamos esperar que algo tão turbulento, desleal e maquiavélico, como a negação do PIPA pelo TRE, pudesse ocorrer nessas eleições". Se ficamos escandalizados com tal postura, não poderia ser diferente por parte da população. Uma série de estranhezas começaram a aparecer. Cinco palhaços bebados em Mogi das Cruzes-SP sairam as ruas exigindo que todos os palhaços do mundo tomem parte de seu manifesto: "SE A PIPA NÃO VOAR, O PATO VOA" numa clara identificação com o bela-parrachianismo. "Faz-se o tempo das bolas de gude", afirmou o performacer Cinco cinquenta e cinco.
Diante de tão vil situação a comissão de frente, e de trás, do PIPA ficou preocupada com a série de tentativas de penetração na Agencia Não Uniformizada Surrealista (ANUS) da despolítica pipense. Dois integrantes do PIPA, na última sexta feira, foram presos ferozmente por agentes durante um culto a Cthulhu. Entidades intergaláticas prometeram tomar providencias perante tal situação de abuso na política brasileira. Enquanto o barbudo foi supostamente eleito, o doutor e curandeiro Timóteo Pinto continua espalhado, calsando e causando uma série de tumultos em diversas cidades brasileiras. Foi em meio ao caos que tivemos o pronunciamento de Lula: "Polvo brasileiro! Chegou a hora de afogarmos o ganso!" num discurso altamente fruto-maritimo, o senhor Lula mostra de que forma pretende sabotar o FNORD. Mas acreditamos que pau-latinamente o povo latino poderá levar a cabo a empin-ação da PIPA, para o alto e avante!
"Criança, mulher, menino, vote Fernando Rivelino!"
Ass: Timóteo Pinto, presidente desmérito.
Tags:
ConsPiração,
groucho-marxismo,
P.I.P.A.
segunda-feira, outubro 16, 2006
A Frente de Libertação dos Anões de Jardim ataca novamente
Pois agora, preocupada com o futuro dos seres diminutos, a FLNJ resolveu ir mais longe em sua luta. Não contente em apenas libertar os anões de jardim, ela agora quer que eles sejam mandados para escola para aprenderem a viver em sociedade.
No dia da volta às aulas após o feriado escolar, a FLNJ praticou sua mais ousada ação até hoje. Uma célula do grupo libertou 86 anões de jardim e os levou para o pátio de uma escola pública em Limoges, no interior da França, para que, educados, eles tenham direito a um futuro melhor e esqueçam o sofrimento do passado.
Quem são eles?
Desde 1997, a Frente de Libertação dos Anões de Jardim ganhou notoriedade na França, tendo raptado (ou libertado, como afirmam) mais de 6.000 gnomos.
O destino final que dão à maioria dos bonecos é desconhecido. Certa vez, 11 deles foram encontrados enforcados sob uma ponte.
Ao lado dos anões de jardim pendurados pelo pescoço havia uma recado: “quando vocês lerem essas palavras, já não seremos mais parte de seu mundo egoísta no qual servimos apenas como peça decorativa”.
No caso de roubo coletivo de Sant-Die-des-Vosges, o final foi mais feliz.
Um padre encontrou os anões em formação, como se estivessem indo à missa.
A maior parte dos bonecos recuperados continua aguardando seus donos buscá-los num armário empoeirado da delegacia de polícia.
Um dos motes da polícia de Sant-Die-des-Vosges neste final de ano é: por favor, encontre uma casa para um gnomo neste Natal e Ano Novo.
São a célula discordiana que mais inspira devotos de Éris espalhados pelo mundo a fim de exercerem a nossa jihad, a nossa guerra de fé,conhecida por nós como Operação:Mindfuck.
fonte: Principia Discordia Plus
Pois agora, preocupada com o futuro dos seres diminutos, a FLNJ resolveu ir mais longe em sua luta. Não contente em apenas libertar os anões de jardim, ela agora quer que eles sejam mandados para escola para aprenderem a viver em sociedade.
No dia da volta às aulas após o feriado escolar, a FLNJ praticou sua mais ousada ação até hoje. Uma célula do grupo libertou 86 anões de jardim e os levou para o pátio de uma escola pública em Limoges, no interior da França, para que, educados, eles tenham direito a um futuro melhor e esqueçam o sofrimento do passado.
Quem são eles?
Desde 1997, a Frente de Libertação dos Anões de Jardim ganhou notoriedade na França, tendo raptado (ou libertado, como afirmam) mais de 6.000 gnomos.
O destino final que dão à maioria dos bonecos é desconhecido. Certa vez, 11 deles foram encontrados enforcados sob uma ponte.
Ao lado dos anões de jardim pendurados pelo pescoço havia uma recado: “quando vocês lerem essas palavras, já não seremos mais parte de seu mundo egoísta no qual servimos apenas como peça decorativa”.
No caso de roubo coletivo de Sant-Die-des-Vosges, o final foi mais feliz.
Um padre encontrou os anões em formação, como se estivessem indo à missa.
A maior parte dos bonecos recuperados continua aguardando seus donos buscá-los num armário empoeirado da delegacia de polícia.
Um dos motes da polícia de Sant-Die-des-Vosges neste final de ano é: por favor, encontre uma casa para um gnomo neste Natal e Ano Novo.
São a célula discordiana que mais inspira devotos de Éris espalhados pelo mundo a fim de exercerem a nossa jihad, a nossa guerra de fé,conhecida por nós como Operação:Mindfuck.
fonte: Principia Discordia Plus
domingo, outubro 15, 2006
Excertos do Comunicado do Bispo da Igreja da Santa Cruzada do Caos Perpétuo
COMUNICADO
Os irmãos reunidos em conclave decidiram transformar o anarquismo luso. O nosso programa aponta para uma cada vez maior radicalização de atitudes.
1. Actuem conscientes de que o racismo psiquíco veio substituir a discriminação aberta e é hoje um dos aspectos mais repugnantes da sociedade.
3. O movimento anti-trabalho ou "trabalho zero" é fundamental, incluindo o ataque radical e violento contra a educação e servidão das crianças.
4. Substituam as tácticas caducas da publicação/propaganda pela pornografia e pelo entretenimento popular enquanto veículos de uma reeducação radical.
5. Na música, a hegemonia do compasso 2/4 e 4/4 tem de ser combatida. Precisamos de uma nova música, totalmente disparatada. No entanto, confirmadora de vida. Potente, mas ritmicamente subtil. O mesmo combate deverá ser dirigido aos "performers" auto-flageradores. Morte à arte da mutilação! Viva a arte portadora de vida e de liberdade! Necessitamos de uma nova estética, já!
6. (...) Os "estados mais elevados de consciência" não são meros fantasmas inventados por sacerdotes malvados. O oriente, o oculto, as culturas tribais, possuem técnicas que podem ser assimiladas de maneira verdadeiramente anarquista. (...) Necessitamos de um tipo prático de "anarquismo místico", isento de toda a merda pseudo-filosófica e do deslumbramento do "New Age". Inexoravelmente herético e anticlerical. Ávido de todas as novas tecnologias de consciência e metanóia, uma democratização do xamanismo, ébria e serena.
7. (...) Chegou o momento da reafirmação explosiva do Eros Poliformo, de uma glorificação literal dos sentidos- queremos uma doutrina do gozo. Abandonemos a vergonha e todo o ódio pelo mundo.
8. Ensaiemos novas tácticas para ocuparmos a caduca mentalidade de "esquerdas". Enfatizemos os benefícios práticos, materiais e pessoais na criação de redes radicais. Os tempos não são propícios para a violência ou combatividade (directa), mas com toda a certeza a sabotagem e a imaginação têm sempre lugar cativo no "espectáculo". Trama e conspira, não te acomodes nem te lamentes!...O mundo da arte, em particular, merece uma boa dose de "terrorismo poético".
in UTOPIA, Revista Anarquista de Cultura e Intervenção, nº 19/2005
http://www.utopia.pt
Fonte: http://tripnaarcada.blogspot.com/2005/07/excertos-do-comunicado-do-bispo-da.html
COMUNICADO
Os irmãos reunidos em conclave decidiram transformar o anarquismo luso. O nosso programa aponta para uma cada vez maior radicalização de atitudes.
1. Actuem conscientes de que o racismo psiquíco veio substituir a discriminação aberta e é hoje um dos aspectos mais repugnantes da sociedade.
3. O movimento anti-trabalho ou "trabalho zero" é fundamental, incluindo o ataque radical e violento contra a educação e servidão das crianças.
4. Substituam as tácticas caducas da publicação/propaganda pela pornografia e pelo entretenimento popular enquanto veículos de uma reeducação radical.
5. Na música, a hegemonia do compasso 2/4 e 4/4 tem de ser combatida. Precisamos de uma nova música, totalmente disparatada. No entanto, confirmadora de vida. Potente, mas ritmicamente subtil. O mesmo combate deverá ser dirigido aos "performers" auto-flageradores. Morte à arte da mutilação! Viva a arte portadora de vida e de liberdade! Necessitamos de uma nova estética, já!
6. (...) Os "estados mais elevados de consciência" não são meros fantasmas inventados por sacerdotes malvados. O oriente, o oculto, as culturas tribais, possuem técnicas que podem ser assimiladas de maneira verdadeiramente anarquista. (...) Necessitamos de um tipo prático de "anarquismo místico", isento de toda a merda pseudo-filosófica e do deslumbramento do "New Age". Inexoravelmente herético e anticlerical. Ávido de todas as novas tecnologias de consciência e metanóia, uma democratização do xamanismo, ébria e serena.
7. (...) Chegou o momento da reafirmação explosiva do Eros Poliformo, de uma glorificação literal dos sentidos- queremos uma doutrina do gozo. Abandonemos a vergonha e todo o ódio pelo mundo.
8. Ensaiemos novas tácticas para ocuparmos a caduca mentalidade de "esquerdas". Enfatizemos os benefícios práticos, materiais e pessoais na criação de redes radicais. Os tempos não são propícios para a violência ou combatividade (directa), mas com toda a certeza a sabotagem e a imaginação têm sempre lugar cativo no "espectáculo". Trama e conspira, não te acomodes nem te lamentes!...O mundo da arte, em particular, merece uma boa dose de "terrorismo poético".
in UTOPIA, Revista Anarquista de Cultura e Intervenção, nº 19/2005
http://www.utopia.pt
Fonte: http://tripnaarcada.blogspot.com/2005/07/excertos-do-comunicado-do-bispo-da.html
sábado, outubro 14, 2006
Acéphale: um periódico intempestivo
"Acéphale foi um periódico sem periodicidade (em vez de aparecer quatro vezes por ano, como anunciado em sua capa, a revista apareceu quatro vezes ao longo de quatro anos); que a referência a Nietzsche lhe é fundamental; que foi um “interpreendimento” extremamente inoportuno, dotado, por isso mesmo, daquela foucaultiana atualidade que equivale, segundo Deleuze — em sua contraposição com o presente — à intempestividade (ou inatualidade, ou extemporaneidade, como queiras) nietzscheana. (...)
... Sendo, como foi, dirigida por Bataille na mesma época em que tratava de soldar a comunidade Acéphale[2], é de se esperar que a revista, ainda por cima homônima, estivesse atravessada pelas mesmas obsessões que o levaram à constituição daquela. É no entanto preciso que nos guardemos, com Michel Surya[3], de dizer, com Roger Caillois, que ela “en était l’organe”.
Quando muito, foi esse o caso do número I da revista (junho 36): La Conjuration Sacrée. Através dele, ficamos logo sabendo que “O que nós (Georges Ambrosino, Georges Bataille, Pièrre Klossowski e André Masson[4]) interpreendemos é uma guerra”. E é nele também que Bataille nos apresenta esse Anti-Deus chamado Acéphale:
Para além daquilo que sou, encontro um ser que me faz rir porque é sem cabeça, que me enche de angústia porque é feito de inocência e de crime: ele tem uma arma de ferro em sua mão esquerda, chamas semelhantes a um sacré-coeur em sua mão direita. Reúne numa mesma erupção o Nascimento e a Morte. Não é um homem. Não é tampouco um Deus. Ele não é eu mas é mais eu do que eu: seu ventre é o dédalo em que se desgarrou a si mesmo, me desgarra com ele e no qual me acho sendo ele, é dizer, monstro.[5]
Condiz ainda com essa função de “órgão exotérico” o textículo nomeado “L’Unité des Flammes” que expressa claramente a problemática vontade de comunhão que parece ter caracterizado a comunidade Acéphale:
… um sentimento da unidade comunial. Esse sentimento é aquele que prova um agrupamento humano quando aparece a si-mesmo como uma força intacta e completa; ele surge e se exalta nas festas e nas assembléias: um alto desejo de coesão o eleva então acima das oposições, dos isolamentos, das concorrências da vida diária e profana.[6] (...)
...Mas vale notar que embora tratando de uma espécie de comunhão, ou talvez antes de comunicação[8], não é de maneira alguma questão nesse texto de uma empresa comunitária. Esse estado é aqui alcançado através da imaginação erótica que escolhe os momentos de solidão e de espera do indivíduo — momentos em que o mundo e os seres estão ausentes — para invadir seu eu, [e que] corresponderia assim a uma tentativa inconsciente de recuperar todo o possível que deveio impossível pelo fato da tomada de consciência do eu — essa formação tendo permitido a realização do outro eu — logo a uma atividade de agressividade, em detrimento da realidade exterior, tendo por fim reaver sua integridade original.[9]
Soberania acéfala ou soberania sem soberano
Quando Bataille nos diz
A doutrina de Nietzsche não pode ser assujeitada.
Ela pode somente ser seguida. Colocá-la em seguida, ao serviço de que quer que seja de outro é uma traição que releva do desprezo dos lobos pelos cães,[19]
podemos ver aí talvez resquícios de uma subjetividade soberana na imagem mussetiana do desprezo do lobo (que se recusa, ainda que isso lhe custe a própria morte por inanição, a servir o pastor) pelo cão que se sujeita, se deixa asservir (e ainda quer convencer o lobo a fazê-lo também). Resquícios presentes também no retrato que faz Nietzsche de um Heráclito absolutamente fier, diamantinamente satisfeito de si mesmo, verdadeiro “astro sem atmosfera”.[20] (...)
Confirmam essa visão da soberania como algo (ou antes como nada[23]) necessariamente sem sujeito algumas outras proposições sobre a morte de Deus: aquela (n. 7), por exemplo, que postula o tempo como “objet d’extase”[24], ou aquela (n. 10) que diz que “A Revolução não deve ser considerada somente em seus sustentáculos e resultados (tenants et aboutissants) abertamente conhecidos e conscientes mas na sua aparência bruta, seja ela o feito dos puritanos, dos enciclopedistas, dos marxistas ou dos anarquistas” mas “como a explosão súbita de sublevações sem limites”.[25] Vale dizer, não importa seu sujeito, mas a revolução como acontecimento soberano em que “a autoridade não pertence mais a Deus mas ao tempo cuja exuberância livre mete os reis à morte, ao tempo encarnado hoje no tumulto explosivo dos povos”[26] (e não, jamais, de jeito nenhum, num desses povos[27]).
A maravilhosa Kinderland
Contra duas (pelo menos) formas de construir um sujeito (de destruir portanto a chance da soberania) Acéphale se insurge: a que o funda na consciência (solução da gauche rationaliste) e a que o funda no sangue, na hereditariedade da raça[28] (solução da droite fasciste): “Os desencadeados do passado são os encadeados à razão, aqueles que não encadeia a razão são os escravos do passado”.[29] ...
...A essas duas formas de pôr um fim ao rio heraclitiano[30] da história — represando-o ora no que se diz ser sua nascente, ora no que se diz ser sua foz — Acéphale, como já disse, se “parapõe” (sempre com Nietzsche) como uma terceira margem: não se trata nem de restaurar a velha Vaterland nem de edificar uma nova, mas de festejar a Kinderland:
Uma Kinderland que não é uma Vaterland ideal mas uma ausência de Vaterland no sentido implicado por Nietzsche quando se declarou (e ao resto de nós) sem-pátria [Heimatlosen], em outras palavras, sem passado, sem pai, sem herança. De um pai desconhecido: Os sem-estado são de fato os filhos do futuro, em outras palavras, os filhos, precisamente, do desconhecido.
Dionysos
Se alguma dúvida restava quanto à impossibilidade de se fazer da soberania o predicado de um sujeito qualquer, o número duplo 3-4 de Acéphale, em que este aparece transfigurado em Dionysos, vem solapá-la de vez: a soberania tem parte ligada com a desindividuação, com o êxtase. (...)
Resta dizer
que ainda que o projeto de uma comunidade denominada Acéphale tenha aí ficado pregado na cruz, o “tema” da acefalidade não deixou jamais de ser crucial para Bataille. Pelo contrário. Como diria G. H.: “A desistência é uma revelação”. Ou parafraseando Bataille em sua resposta a Andre Masson sobre o que achava de dada: “pas assez idiot”[49], digamos que o projeto de comunidade de Acéphale era por sua vez pas assez acéphale.
Acéfala pois será l’expérience interieure (que só se dá justamente quando perdemos a cabeça), acéfala a economia geral proposta em La part Maudite (fundada na despesa, na descapitalização), acéfala a soberania que como já vimos só tem lugar na ausência de tudo aquilo que a cabeça representa enquanto principio de redução à unidade (Deus, chefe, pátria, razão…)
Assim como o olho pineal, o acéfalo representa essa insistência, essa exigência da abertura sem reservas do pensamento (mesmo que ele nela se dissolva) à experiência-limite dos limites através da qual vem, continua a vir, sem nunca se estabelecer, a “comunidade daqueles que não têm comunidade”.
http://www.cce.ufsc.br/~nelic/Boletim_de_Pesquisa5/texto_fernando.htm
comunidade no orkut
"Acéphale foi um periódico sem periodicidade (em vez de aparecer quatro vezes por ano, como anunciado em sua capa, a revista apareceu quatro vezes ao longo de quatro anos); que a referência a Nietzsche lhe é fundamental; que foi um “interpreendimento” extremamente inoportuno, dotado, por isso mesmo, daquela foucaultiana atualidade que equivale, segundo Deleuze — em sua contraposição com o presente — à intempestividade (ou inatualidade, ou extemporaneidade, como queiras) nietzscheana. (...)
... Sendo, como foi, dirigida por Bataille na mesma época em que tratava de soldar a comunidade Acéphale[2], é de se esperar que a revista, ainda por cima homônima, estivesse atravessada pelas mesmas obsessões que o levaram à constituição daquela. É no entanto preciso que nos guardemos, com Michel Surya[3], de dizer, com Roger Caillois, que ela “en était l’organe”.
Quando muito, foi esse o caso do número I da revista (junho 36): La Conjuration Sacrée. Através dele, ficamos logo sabendo que “O que nós (Georges Ambrosino, Georges Bataille, Pièrre Klossowski e André Masson[4]) interpreendemos é uma guerra”. E é nele também que Bataille nos apresenta esse Anti-Deus chamado Acéphale:
Para além daquilo que sou, encontro um ser que me faz rir porque é sem cabeça, que me enche de angústia porque é feito de inocência e de crime: ele tem uma arma de ferro em sua mão esquerda, chamas semelhantes a um sacré-coeur em sua mão direita. Reúne numa mesma erupção o Nascimento e a Morte. Não é um homem. Não é tampouco um Deus. Ele não é eu mas é mais eu do que eu: seu ventre é o dédalo em que se desgarrou a si mesmo, me desgarra com ele e no qual me acho sendo ele, é dizer, monstro.[5]
Condiz ainda com essa função de “órgão exotérico” o textículo nomeado “L’Unité des Flammes” que expressa claramente a problemática vontade de comunhão que parece ter caracterizado a comunidade Acéphale:
… um sentimento da unidade comunial. Esse sentimento é aquele que prova um agrupamento humano quando aparece a si-mesmo como uma força intacta e completa; ele surge e se exalta nas festas e nas assembléias: um alto desejo de coesão o eleva então acima das oposições, dos isolamentos, das concorrências da vida diária e profana.[6] (...)
...Mas vale notar que embora tratando de uma espécie de comunhão, ou talvez antes de comunicação[8], não é de maneira alguma questão nesse texto de uma empresa comunitária. Esse estado é aqui alcançado através da imaginação erótica que escolhe os momentos de solidão e de espera do indivíduo — momentos em que o mundo e os seres estão ausentes — para invadir seu eu, [e que] corresponderia assim a uma tentativa inconsciente de recuperar todo o possível que deveio impossível pelo fato da tomada de consciência do eu — essa formação tendo permitido a realização do outro eu — logo a uma atividade de agressividade, em detrimento da realidade exterior, tendo por fim reaver sua integridade original.[9]
Soberania acéfala ou soberania sem soberano
Quando Bataille nos diz
A doutrina de Nietzsche não pode ser assujeitada.
Ela pode somente ser seguida. Colocá-la em seguida, ao serviço de que quer que seja de outro é uma traição que releva do desprezo dos lobos pelos cães,[19]
podemos ver aí talvez resquícios de uma subjetividade soberana na imagem mussetiana do desprezo do lobo (que se recusa, ainda que isso lhe custe a própria morte por inanição, a servir o pastor) pelo cão que se sujeita, se deixa asservir (e ainda quer convencer o lobo a fazê-lo também). Resquícios presentes também no retrato que faz Nietzsche de um Heráclito absolutamente fier, diamantinamente satisfeito de si mesmo, verdadeiro “astro sem atmosfera”.[20] (...)
Confirmam essa visão da soberania como algo (ou antes como nada[23]) necessariamente sem sujeito algumas outras proposições sobre a morte de Deus: aquela (n. 7), por exemplo, que postula o tempo como “objet d’extase”[24], ou aquela (n. 10) que diz que “A Revolução não deve ser considerada somente em seus sustentáculos e resultados (tenants et aboutissants) abertamente conhecidos e conscientes mas na sua aparência bruta, seja ela o feito dos puritanos, dos enciclopedistas, dos marxistas ou dos anarquistas” mas “como a explosão súbita de sublevações sem limites”.[25] Vale dizer, não importa seu sujeito, mas a revolução como acontecimento soberano em que “a autoridade não pertence mais a Deus mas ao tempo cuja exuberância livre mete os reis à morte, ao tempo encarnado hoje no tumulto explosivo dos povos”[26] (e não, jamais, de jeito nenhum, num desses povos[27]).
A maravilhosa Kinderland
Contra duas (pelo menos) formas de construir um sujeito (de destruir portanto a chance da soberania) Acéphale se insurge: a que o funda na consciência (solução da gauche rationaliste) e a que o funda no sangue, na hereditariedade da raça[28] (solução da droite fasciste): “Os desencadeados do passado são os encadeados à razão, aqueles que não encadeia a razão são os escravos do passado”.[29] ...
...A essas duas formas de pôr um fim ao rio heraclitiano[30] da história — represando-o ora no que se diz ser sua nascente, ora no que se diz ser sua foz — Acéphale, como já disse, se “parapõe” (sempre com Nietzsche) como uma terceira margem: não se trata nem de restaurar a velha Vaterland nem de edificar uma nova, mas de festejar a Kinderland:
Uma Kinderland que não é uma Vaterland ideal mas uma ausência de Vaterland no sentido implicado por Nietzsche quando se declarou (e ao resto de nós) sem-pátria [Heimatlosen], em outras palavras, sem passado, sem pai, sem herança. De um pai desconhecido: Os sem-estado são de fato os filhos do futuro, em outras palavras, os filhos, precisamente, do desconhecido.
Dionysos
Se alguma dúvida restava quanto à impossibilidade de se fazer da soberania o predicado de um sujeito qualquer, o número duplo 3-4 de Acéphale, em que este aparece transfigurado em Dionysos, vem solapá-la de vez: a soberania tem parte ligada com a desindividuação, com o êxtase. (...)
Resta dizer
que ainda que o projeto de uma comunidade denominada Acéphale tenha aí ficado pregado na cruz, o “tema” da acefalidade não deixou jamais de ser crucial para Bataille. Pelo contrário. Como diria G. H.: “A desistência é uma revelação”. Ou parafraseando Bataille em sua resposta a Andre Masson sobre o que achava de dada: “pas assez idiot”[49], digamos que o projeto de comunidade de Acéphale era por sua vez pas assez acéphale.
Acéfala pois será l’expérience interieure (que só se dá justamente quando perdemos a cabeça), acéfala a economia geral proposta em La part Maudite (fundada na despesa, na descapitalização), acéfala a soberania que como já vimos só tem lugar na ausência de tudo aquilo que a cabeça representa enquanto principio de redução à unidade (Deus, chefe, pátria, razão…)
Assim como o olho pineal, o acéfalo representa essa insistência, essa exigência da abertura sem reservas do pensamento (mesmo que ele nela se dissolva) à experiência-limite dos limites através da qual vem, continua a vir, sem nunca se estabelecer, a “comunidade daqueles que não têm comunidade”.
http://www.cce.ufsc.br/~nelic/Boletim_de_Pesquisa5/texto_fernando.htm
comunidade no orkut
sexta-feira, julho 21, 2006
Delírio Coletivo
E fez-se a luz!
Ou não.
Período Nonsense
Ao longo da história, a maioria dos movimentos literários e artísticos contradiziam o movimento anterior. O Renascimento foi contra tudo o que a Era Medieval disse, o Realismo negava os fundamentos do Romantismo e assim por diante.
Já o movimento Nonsense resolveu que não gostaria de contradizer o movimento anterior, no caso, o Modernismo e a Pop Art, o Nonsense quis negar absolutamente tudo ou não negar absolutamente nada.
Sob a máxima "Pra que fazer sentido!?", esse movimento cria uma contradição de tudo e dele mesmo, com raízes em todos os estilos literários e tendo por característica a abolição da linguagem figurada, nada mais era figurativo, tudo era real, e o que era real não existia, ou existia, ou o que quer que o leitor prefira.
O que aconteceu foi que no fim do século XX e começo do século XXI, com o fim da Guerra Fria, a ascensão dos EUA como maior força política e econômica do mundo, detendo um poder quase imperialista e com a estagnação de todo e qualquer movimento revolucionário, o mundo conheceu um período de conformismo em que qualquer coisa era uma revolução. Andar fantasiado, por exemplo, ou simplesmente usar um nariz de palhaço pela rua, já causava um grande choque por quebrar a monotonia cotidiana. O movimento DC, autor da obra Sofia, foi um dos primeiro a notar isso e adotar a idéia do Nonsense.
Da idéia para a prática foi um pulo. Embora no começo, apenas algumas pessoas tivessem adotado essa "revolução", assim como em qualquer outra já ocorrida, o clima e as idéias sem sentido foram tomando proporções mundiais e o mundo conheceu uma época maravilhosa, onde a espontaneidade e a imaginação tomaram conta de todos e tudo passou a ser fantástico e irreal. Chegou até a haver um certa desaceleração nas pesquisas cientificas, afinal não importava mais provar que pode-se dividir uma célula infinitamente.
Antes desse movimento, as pessoas buscavam uma explicação científica para tudo, mas depois ninguém mais queria a explicação lógica e inteligente. Todos perceberam que a fantasia era bem melhor, que cada um poderia formular sua própria teoria para qualquer coisa, todas as lendas sobre os "porquês" voltaram à tona e todos os povos buscavam as raízes de suas culturas para saber algo, quando não encontravam, criavam uma nova cultura.
Em meados da década de 10 do século XXI, o mundo já não fazia sentido algum. Viam-se pessoas fantasiadas, nas ruas, nos supermercados e até nos escritórios você encontrava pessoas vestidas de Pantera Cor-de-Rosa ou Smurffle.
As casas tinham pinturas psicodélicas e, às vezes, achavam-se florzinhas desenhadas no meio da rua.
Com a população nesse incrível estado de espírito, era natural que as artes também seguissem esse caminho.
Leis Absolutas do Delírio Coletivo
1ª Lei Absoluta
PATAFÍSICA- Tudo é decidido pela imaginação e não pela razão.
2ª Lei Não Absoluta
Não encher as caras aos domingos.
Quem quer fazer sentido?
A realidade é relativa;
A Fantasia é bem melhor;
Arte, Poesia e Loucura.
3ª Lei Absoluta
Usar LSD.
4ª Lei Absoluta
Enlouquecer a Política.
5ª Lei Absoluta
Nenhum tipo de censura.
Mandar as preposições e a gramática pro inferno!
6ª Lei Absoluta
O que fazer em casos de incêndio?
Deixe queimar!
7ª Lei Absoluta
Jogar uma garrafa de conhaque no Delírio Coletivo
8ª Lei Absoluta
DELIRAR.
9ª Lei Absoluta
Assassinar a monotonia causada pela razão.
:::
E fez-se a luz!
Ou não.
Período Nonsense
Ao longo da história, a maioria dos movimentos literários e artísticos contradiziam o movimento anterior. O Renascimento foi contra tudo o que a Era Medieval disse, o Realismo negava os fundamentos do Romantismo e assim por diante.
Já o movimento Nonsense resolveu que não gostaria de contradizer o movimento anterior, no caso, o Modernismo e a Pop Art, o Nonsense quis negar absolutamente tudo ou não negar absolutamente nada.
Sob a máxima "Pra que fazer sentido!?", esse movimento cria uma contradição de tudo e dele mesmo, com raízes em todos os estilos literários e tendo por característica a abolição da linguagem figurada, nada mais era figurativo, tudo era real, e o que era real não existia, ou existia, ou o que quer que o leitor prefira.
O que aconteceu foi que no fim do século XX e começo do século XXI, com o fim da Guerra Fria, a ascensão dos EUA como maior força política e econômica do mundo, detendo um poder quase imperialista e com a estagnação de todo e qualquer movimento revolucionário, o mundo conheceu um período de conformismo em que qualquer coisa era uma revolução. Andar fantasiado, por exemplo, ou simplesmente usar um nariz de palhaço pela rua, já causava um grande choque por quebrar a monotonia cotidiana. O movimento DC, autor da obra Sofia, foi um dos primeiro a notar isso e adotar a idéia do Nonsense.
Da idéia para a prática foi um pulo. Embora no começo, apenas algumas pessoas tivessem adotado essa "revolução", assim como em qualquer outra já ocorrida, o clima e as idéias sem sentido foram tomando proporções mundiais e o mundo conheceu uma época maravilhosa, onde a espontaneidade e a imaginação tomaram conta de todos e tudo passou a ser fantástico e irreal. Chegou até a haver um certa desaceleração nas pesquisas cientificas, afinal não importava mais provar que pode-se dividir uma célula infinitamente.
Antes desse movimento, as pessoas buscavam uma explicação científica para tudo, mas depois ninguém mais queria a explicação lógica e inteligente. Todos perceberam que a fantasia era bem melhor, que cada um poderia formular sua própria teoria para qualquer coisa, todas as lendas sobre os "porquês" voltaram à tona e todos os povos buscavam as raízes de suas culturas para saber algo, quando não encontravam, criavam uma nova cultura.
Em meados da década de 10 do século XXI, o mundo já não fazia sentido algum. Viam-se pessoas fantasiadas, nas ruas, nos supermercados e até nos escritórios você encontrava pessoas vestidas de Pantera Cor-de-Rosa ou Smurffle.
As casas tinham pinturas psicodélicas e, às vezes, achavam-se florzinhas desenhadas no meio da rua.
Com a população nesse incrível estado de espírito, era natural que as artes também seguissem esse caminho.
Leis Absolutas do Delírio Coletivo
1ª Lei Absoluta
PATAFÍSICA- Tudo é decidido pela imaginação e não pela razão.
2ª Lei Não Absoluta
Não encher as caras aos domingos.
Quem quer fazer sentido?
A realidade é relativa;
A Fantasia é bem melhor;
Arte, Poesia e Loucura.
3ª Lei Absoluta
Usar LSD.
4ª Lei Absoluta
Enlouquecer a Política.
5ª Lei Absoluta
Nenhum tipo de censura.
Mandar as preposições e a gramática pro inferno!
6ª Lei Absoluta
O que fazer em casos de incêndio?
Deixe queimar!
7ª Lei Absoluta
Jogar uma garrafa de conhaque no Delírio Coletivo
8ª Lei Absoluta
DELIRAR.
9ª Lei Absoluta
Assassinar a monotonia causada pela razão.
:::
quinta-feira, maio 04, 2006
Manifesto Comedianista
Um fantasma ronda a Representança - o fantasma do comedianismo.
Todas as impotências políticas se unem numa aliança Nonsense para conjurá-lo: toskistas e sacerdotes do neo-liberalismo, caciquistas e dançarinos de polca, leninistas e as viúvas do estado-de-bem-estar. Ao ouvir 'os comedianistas estão chegando' até mesmo os anômicos cerram seus punhos!
Que manifestação expontânea e divertida não foi acusada de 'engraçadinha' por seus adversários?
Que oposição por sua vez não se sentiu ofendido com uma tortada, vinda da direita ou da esquerda, recheada de chantilly e engraçadismo?
Duas conclusões decorrem desses fatos:
1) O comedianismo já é reconhecido como um força debochademente perigosa por todas as correntes políticas da representaça.
2) Já é tempo dos comedianistas exporem, à face do mundo inteiro, seu modo de ver, suas piadas, suas ironias, seus sarcasmos, contrapondo o escracho de seu manifesto às patifarias ideotrágicas e cinzentices habituais.
PARTE 1 - REPRESENTANTES E DEBOCHADOS
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das guerras de tortas. Homem livre entorta o escravo, o patrício tortilha o plebeu, o senhor torteia o servo, numa palavra, torteadores e torteados, representantes e representados, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que termina sempre com mais de uma pessoa com a cara lambuzada, ou após o aumento súbito no preço do chantilly devido a demanda.
A representança moderna, que brotou das ruínas do poder divinamente instituído, sempre foi antagônica ao riso. Criando uns cem mecanismos para punir aqueles que se opuseram a sua total falta de humor, velhas condições de opressão, novas formas de conter a gargalhada.
Entretanto, a nossa época, a época da representança, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: exploradores-representantes e representados-explorados.
Debocharemos de ambos 1) se os representantes não abrirem mão de sua representança e 2) se os representados continuarem bundisticamente estáticos diante da condição dos primeiros.
De todos os grupos que hoje se contrapõem a representança, só os comedianistas constituem um grupo verdadeiramente engraçado. Todos os demais desaparecem ante a sisudez e a chatice dos eleitoreiros; os engraçadinhos, ao contrário, são, em parte, frutos desta mesma chatice.
Todos os movimentos precedentes foram movimentos de minorias. O Movimento comedianista é o movimento autônomo da gargalhada em proveito da imensa maioria. Maioria que é relegada a um segundo plano, chamada de eleitora, pelega, alienada e que tem como única utilidade votar cabrestamente. É comumente proferido em alto e bom som, em microfones, televisores, rádios e palanques “Cidadão, exerça seus direitos. Vote!” e ninguém mais sequer fica corado diante de tal estapafúrdia.
A condição essencial da existência e da supremacia eleitoreira é a acumulação da legitimidade nas mãos de uns poucos que independente de sua orientação ideológica se tornam tediosas elites. Seus interesses geralmente se assemelham: A formação de quadros, o crescimento da influência do partido, marketismo visando ás próximas eleições. Sua legitimidade está fundamentada no eterno desempoderamento que exercem sobre os passivos eleitores.
O progresso do analfabetismo político se deve em grande medida à representância, esta tendo atingido seu cume, está nos nossos dias caindo vertiginosamente indo de encontro com os fortes indícios sustentados pelo movimento internacional comedianistas de que "pra baixo todo santo ajuda".
Assim, o desenvolvimento de um grande escracho que chacoalhe o terreno em que a representança assentou seu regime de expropriação política não só é viável mas está em andamento. Os representantes são, sobre tudo, personagens excelentes para a produção quadrinhos debochados, trotes originais, boatos incriminadores e piadas desprestigiantes. Sua queda (no ridículo) e a vitória dos comedianistas são igualmente inevitáveis.
PARTE 2 - COMEDIANISTAS E APARTIDÁRIOS
Qual a posição dos comedianistas diante dos apartidários em geral? Os comedianistas não formam um grupo à parte, oposto aos outros grupos horizontais. Não têm interesses que os separem do apartidarismo em geral. Não proclamam muitos princípios particulares, segundo os quais pretenderiam brincar com massa de modelar. Os comedianistas só se distinguem dos outros grupos apartidários em dois pontos:
1) Entre as diversas formas de ação política os comedianistas elegem o deboche como elemento ontológico contra o estatus quo e em pró de um mundo mais criativo e divertido.
2) Nas diferentes frentes em que insurge a guerra entre representantes e representados, os comedianistas se dão ao direito de fazer graça e meter o bedelho, além de chineliar aqueles que entre nossos antagonistas se destaquem por sua imoralidade e ranhentice, em nome dos interesses do movimento em seu conjunto.
Praticamente, os comedianistas constituem, pois, a fração mais resoluta dos representados de cada instituição, a fração que escracha demais; teoricamente têm sobre a vantagem de não concorrer a cargo nenhum se este fato não provocar o riso das multidões. O objetivo imediato dos comedianistas é o mesmo que o de todos àqueles que estão de saco cheio da política convencional: constituição de frentes humoristas de combate, derrubada da supremacia dos representantes e a divertida diluição do poder político em formas criativas de auto-governança.
O comedianismo não retira a ninguém o poder de avacalhar, apenas introduz a idéia de se avacalhar em pró de um mundo diferente. Alega-se ainda que nossa falta de seriedade nos impossibilita de fazer político. Se isso fosse verdade, há muito os comediantes, palhaços e piadistas politizados teriam perdido seus empregos, seus públicos e sua graça. Toda a objeção se reduz a essa tautologia: Politico bom é politico desempregado.
Abolição dos partidos! Até os mais racionais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comedianistas. Sobre que fundamento repousa os partidos atuais, Todo partido gera corações partidos! Os partidários, na sua plenitude, só existem para as eleições, e no entanto, querem impor esta forma de organização sem-graça até os confins do horizonte político. O partido político desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento da representação. O maior defeito da representocracia é que somente o partido que não está no governo sabe governar. Acusai-nos de querer encitar a divulgação das piadas que vocês nos inspiram? Confessamos este crime.
A revolução comedianista é a ruptura mais radical com o fazer político tradicional; nada de estranho, portanto, que no curso de seu desenvolvimento, rompa, do modo mais radical, com as idéias tradicionais. Apesar de nos sentirmos ultrajados pela falta de humor dos partidários trotiskistas, pelo dogmatismo almofadinha neo-liberal e pelo vazio preenchido de lero-lero sustentado por outros partidos, não nos sentimos incomodados por estar ao vosso lado até que a revolução jocosa se consume, pois como já dizia um antigo provérbio chines: "As más companhias são como um mercado de peixes; acaba-se acostumando com o mau cheiro".
O comedianismo utilizará sua supremacia rídicularizante para arrancar pouco a pouco todos risos que for capaz, desacreditando todos os instrumentos de representação hierárquica o mais rapidamente possível. Sabemos algo que os eleitoreiros sequer desconfiam: "A única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."
Isto naturalmente só poderá realizar-se, em princípio, por uma violação despótica do direito de representatividade e das rabugentice político-burocratico-administrativa, isto é, pela aplicação de medidas que, do ponto de vista econômico, parecerão com ébrios e malabares, mas que no desenrolar do movimento ultrapassarão a si mesmas e serão indispensáveis para transformar radicalmente a ação política. Essas medidas, é claro, serão diferentes nas várias esferas de ação. Todavia, nas esferas mais fragilizadas, as seguintes medidas poderão geralmente ser postas:
1. Demonstração da não-representatividade através do voto no Monteiro Lobato, nonononoonon ou em outros candidatos representativamente nulos em pró de uma crítica mesmo que passiva ao sitema político eleitoreiro;
2. lançamento progressivo de tortas, bigornas, frutas podres, frangos-de-borracha e pianos sobre os membros das esferas representantes;
3. Instituição do direito inalienável de promoção e participação da baderna, sendo esta preferencialmente uma baderna politizada, mas não excluindo outras possibilidades mais 'artisticas';
4. Elaboração de canções-escrachantes, panfletos exóticos, redes de e-mails, sites internéticos, mosquitinhos e faixas coloridas denegrindo saborosamente a imagem de candidatos e outras figuras públicas;
5. Popularização dos seguintes dizeres "Não importa de qual partido você seja, você não me representa" a serem utilizados com cara de deboche diante da menor possibilidade de representação hierárquica.
6. Lançamento de candidatos-fantasmas, tão falsos quanto os verdadeiros, possibilitando uma maior adesão ao riso desenfreado gerado pelo chamamento de eleições.
7. Distribuição obrigatória de narizes de palhaço, perucas, perfis no orkut, fantasias, máscaras e chapeus divertidos como inclemento das manifestações comedianistas pró ou contra seja lá o que for;
8. Criação de centros engraçadinhos intensivos para onde serão levados todos os eleitoreiros e candidatáveis, até se tornarem divertidos humoristas apartidários ou criaturinhas peludas que não podem comer depois da meia-noite;
9. Educação pública, gratuita, divertida e política para todas as crianças de mais de 30 centimetros bem como aos adultos com até 206 ossos;
l0. Abolição de todas as esferas de representação hierarquicas, e um tempo pós-revolucionário de festa a se perder de vista.
Uma vez desaparecidos os antagonismos de representança no curso do desenvolvimento e sendo concentrada toda a comédia propriamente falando nas mãos dos indivíduos associados, o caráter político perderá muito da sua graça. O poder da tiração de sarro está no seu emprego contra a opressão representante dos sem-graça.
Se o representado em sua luta contra a politiquice, se constitui forçosamente em grupo; se converte-se, por uma revolução, a revolução deve por sua vez se converter em festa, pois o tempo após a revolução será este um tempo de festa.
Em lugar das picuinhas eleitoreiras, com suas siglas e antagonismos bobinhos, surge uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos. Mas se estivermos errados, nos permitiremos sublimemente o direito de debocharmos de nós mesmos!
Um fantasma ronda a Representança - o fantasma do comedianismo.
Todas as impotências políticas se unem numa aliança Nonsense para conjurá-lo: toskistas e sacerdotes do neo-liberalismo, caciquistas e dançarinos de polca, leninistas e as viúvas do estado-de-bem-estar. Ao ouvir 'os comedianistas estão chegando' até mesmo os anômicos cerram seus punhos!
Que manifestação expontânea e divertida não foi acusada de 'engraçadinha' por seus adversários?
Que oposição por sua vez não se sentiu ofendido com uma tortada, vinda da direita ou da esquerda, recheada de chantilly e engraçadismo?
Duas conclusões decorrem desses fatos:
1) O comedianismo já é reconhecido como um força debochademente perigosa por todas as correntes políticas da representaça.
2) Já é tempo dos comedianistas exporem, à face do mundo inteiro, seu modo de ver, suas piadas, suas ironias, seus sarcasmos, contrapondo o escracho de seu manifesto às patifarias ideotrágicas e cinzentices habituais.
PARTE 1 - REPRESENTANTES E DEBOCHADOS
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das guerras de tortas. Homem livre entorta o escravo, o patrício tortilha o plebeu, o senhor torteia o servo, numa palavra, torteadores e torteados, representantes e representados, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que termina sempre com mais de uma pessoa com a cara lambuzada, ou após o aumento súbito no preço do chantilly devido a demanda.
A representança moderna, que brotou das ruínas do poder divinamente instituído, sempre foi antagônica ao riso. Criando uns cem mecanismos para punir aqueles que se opuseram a sua total falta de humor, velhas condições de opressão, novas formas de conter a gargalhada.
Entretanto, a nossa época, a época da representança, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: exploradores-representantes e representados-explorados.
Debocharemos de ambos 1) se os representantes não abrirem mão de sua representança e 2) se os representados continuarem bundisticamente estáticos diante da condição dos primeiros.
De todos os grupos que hoje se contrapõem a representança, só os comedianistas constituem um grupo verdadeiramente engraçado. Todos os demais desaparecem ante a sisudez e a chatice dos eleitoreiros; os engraçadinhos, ao contrário, são, em parte, frutos desta mesma chatice.
Todos os movimentos precedentes foram movimentos de minorias. O Movimento comedianista é o movimento autônomo da gargalhada em proveito da imensa maioria. Maioria que é relegada a um segundo plano, chamada de eleitora, pelega, alienada e que tem como única utilidade votar cabrestamente. É comumente proferido em alto e bom som, em microfones, televisores, rádios e palanques “Cidadão, exerça seus direitos. Vote!” e ninguém mais sequer fica corado diante de tal estapafúrdia.
A condição essencial da existência e da supremacia eleitoreira é a acumulação da legitimidade nas mãos de uns poucos que independente de sua orientação ideológica se tornam tediosas elites. Seus interesses geralmente se assemelham: A formação de quadros, o crescimento da influência do partido, marketismo visando ás próximas eleições. Sua legitimidade está fundamentada no eterno desempoderamento que exercem sobre os passivos eleitores.
O progresso do analfabetismo político se deve em grande medida à representância, esta tendo atingido seu cume, está nos nossos dias caindo vertiginosamente indo de encontro com os fortes indícios sustentados pelo movimento internacional comedianistas de que "pra baixo todo santo ajuda".
Assim, o desenvolvimento de um grande escracho que chacoalhe o terreno em que a representança assentou seu regime de expropriação política não só é viável mas está em andamento. Os representantes são, sobre tudo, personagens excelentes para a produção quadrinhos debochados, trotes originais, boatos incriminadores e piadas desprestigiantes. Sua queda (no ridículo) e a vitória dos comedianistas são igualmente inevitáveis.
PARTE 2 - COMEDIANISTAS E APARTIDÁRIOS
Qual a posição dos comedianistas diante dos apartidários em geral? Os comedianistas não formam um grupo à parte, oposto aos outros grupos horizontais. Não têm interesses que os separem do apartidarismo em geral. Não proclamam muitos princípios particulares, segundo os quais pretenderiam brincar com massa de modelar. Os comedianistas só se distinguem dos outros grupos apartidários em dois pontos:
1) Entre as diversas formas de ação política os comedianistas elegem o deboche como elemento ontológico contra o estatus quo e em pró de um mundo mais criativo e divertido.
2) Nas diferentes frentes em que insurge a guerra entre representantes e representados, os comedianistas se dão ao direito de fazer graça e meter o bedelho, além de chineliar aqueles que entre nossos antagonistas se destaquem por sua imoralidade e ranhentice, em nome dos interesses do movimento em seu conjunto.
Praticamente, os comedianistas constituem, pois, a fração mais resoluta dos representados de cada instituição, a fração que escracha demais; teoricamente têm sobre a vantagem de não concorrer a cargo nenhum se este fato não provocar o riso das multidões. O objetivo imediato dos comedianistas é o mesmo que o de todos àqueles que estão de saco cheio da política convencional: constituição de frentes humoristas de combate, derrubada da supremacia dos representantes e a divertida diluição do poder político em formas criativas de auto-governança.
O comedianismo não retira a ninguém o poder de avacalhar, apenas introduz a idéia de se avacalhar em pró de um mundo diferente. Alega-se ainda que nossa falta de seriedade nos impossibilita de fazer político. Se isso fosse verdade, há muito os comediantes, palhaços e piadistas politizados teriam perdido seus empregos, seus públicos e sua graça. Toda a objeção se reduz a essa tautologia: Politico bom é politico desempregado.
Abolição dos partidos! Até os mais racionais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comedianistas. Sobre que fundamento repousa os partidos atuais, Todo partido gera corações partidos! Os partidários, na sua plenitude, só existem para as eleições, e no entanto, querem impor esta forma de organização sem-graça até os confins do horizonte político. O partido político desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento da representação. O maior defeito da representocracia é que somente o partido que não está no governo sabe governar. Acusai-nos de querer encitar a divulgação das piadas que vocês nos inspiram? Confessamos este crime.
A revolução comedianista é a ruptura mais radical com o fazer político tradicional; nada de estranho, portanto, que no curso de seu desenvolvimento, rompa, do modo mais radical, com as idéias tradicionais. Apesar de nos sentirmos ultrajados pela falta de humor dos partidários trotiskistas, pelo dogmatismo almofadinha neo-liberal e pelo vazio preenchido de lero-lero sustentado por outros partidos, não nos sentimos incomodados por estar ao vosso lado até que a revolução jocosa se consume, pois como já dizia um antigo provérbio chines: "As más companhias são como um mercado de peixes; acaba-se acostumando com o mau cheiro".
O comedianismo utilizará sua supremacia rídicularizante para arrancar pouco a pouco todos risos que for capaz, desacreditando todos os instrumentos de representação hierárquica o mais rapidamente possível. Sabemos algo que os eleitoreiros sequer desconfiam: "A única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."
Isto naturalmente só poderá realizar-se, em princípio, por uma violação despótica do direito de representatividade e das rabugentice político-burocratico-administrativa, isto é, pela aplicação de medidas que, do ponto de vista econômico, parecerão com ébrios e malabares, mas que no desenrolar do movimento ultrapassarão a si mesmas e serão indispensáveis para transformar radicalmente a ação política. Essas medidas, é claro, serão diferentes nas várias esferas de ação. Todavia, nas esferas mais fragilizadas, as seguintes medidas poderão geralmente ser postas:
1. Demonstração da não-representatividade através do voto no Monteiro Lobato, nonononoonon ou em outros candidatos representativamente nulos em pró de uma crítica mesmo que passiva ao sitema político eleitoreiro;
2. lançamento progressivo de tortas, bigornas, frutas podres, frangos-de-borracha e pianos sobre os membros das esferas representantes;
3. Instituição do direito inalienável de promoção e participação da baderna, sendo esta preferencialmente uma baderna politizada, mas não excluindo outras possibilidades mais 'artisticas';
4. Elaboração de canções-escrachantes, panfletos exóticos, redes de e-mails, sites internéticos, mosquitinhos e faixas coloridas denegrindo saborosamente a imagem de candidatos e outras figuras públicas;
5. Popularização dos seguintes dizeres "Não importa de qual partido você seja, você não me representa" a serem utilizados com cara de deboche diante da menor possibilidade de representação hierárquica.
6. Lançamento de candidatos-fantasmas, tão falsos quanto os verdadeiros, possibilitando uma maior adesão ao riso desenfreado gerado pelo chamamento de eleições.
7. Distribuição obrigatória de narizes de palhaço, perucas, perfis no orkut, fantasias, máscaras e chapeus divertidos como inclemento das manifestações comedianistas pró ou contra seja lá o que for;
8. Criação de centros engraçadinhos intensivos para onde serão levados todos os eleitoreiros e candidatáveis, até se tornarem divertidos humoristas apartidários ou criaturinhas peludas que não podem comer depois da meia-noite;
9. Educação pública, gratuita, divertida e política para todas as crianças de mais de 30 centimetros bem como aos adultos com até 206 ossos;
l0. Abolição de todas as esferas de representação hierarquicas, e um tempo pós-revolucionário de festa a se perder de vista.
Uma vez desaparecidos os antagonismos de representança no curso do desenvolvimento e sendo concentrada toda a comédia propriamente falando nas mãos dos indivíduos associados, o caráter político perderá muito da sua graça. O poder da tiração de sarro está no seu emprego contra a opressão representante dos sem-graça.
Se o representado em sua luta contra a politiquice, se constitui forçosamente em grupo; se converte-se, por uma revolução, a revolução deve por sua vez se converter em festa, pois o tempo após a revolução será este um tempo de festa.
Em lugar das picuinhas eleitoreiras, com suas siglas e antagonismos bobinhos, surge uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos. Mas se estivermos errados, nos permitiremos sublimemente o direito de debocharmos de nós mesmos!
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